Encerradas neste domingo (23), festividades reuniram cerca de 80 mil pessoas nos três dias do evento na Torre de TV
O encerramento das comemorações aos 63 de Brasília foi regado a samba e música clássica, neste domingo (23), debaixo de muito sol, com samba e música clássica. Durante os três dias de evento, na Praça da Torre de TV, cerca de 80 mil pessoas curtiram a programação oferecida pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF (Secec).
“Foram três dias de muita alegria, de muita comemoração”, afirma o titular da Secec, Bartolomeu Rodrigues. “Brasília fez 63 anos, e já estamos pensando nos 64. Foi muito bom. O público compareceu em massa, sem intercorrências, com muita paz, como a cidade merece.”
Após o sábado nublado, a tarde de domingo garantiu aos brasilienses um dia ensolarado para que todos pudessem curtir o show do grupo carioca Fundo de Quintal. Foi por volta das 14h que Bira Presidente, Ademir Batera, Júnior Itaguay e Márcio Alexandre subiram ao palco para cantar os maiores sucessos de um dos mais influentes conjuntos de samba ainda em atividade. Neste ano, o grupo completa 48 anos.
A energia do show não deixou ninguém parado. As mais de 20 mil pessoas espalhadas pelo gramado da Praça da Torre de TV sincronizavam passos ao som do pandeiro do mestre Bira. O gênero tipicamente brasileiro fez a enfermeira Maura Alves, 55, não parar de sambar.
“Estou adorando”, comemorou. “Na verdade, esse novo formato de eventos nos faz curtir com muito mais tranquilidade. Aproveito para parabenizar o GDF pela organização. Brasília está de parabéns mesmo. Cada vez melhor. A nossa capital merece! Além disso, que espetáculos, hein? Maiara e Marisa, Joelma e hoje Fundo de Quintal. É pra ninguém ficar parado!”.
E não deixar ninguém parado foi a missão do músico Bira Presidente. Aos 86 anos, o fundador do Fundo de Quintal esbanjava simpatia, alegria e muito samba no pé. Em meio às músicas, ele transmitiu mensagens de carinho para o público. “Fizemos um show para um dos públicos mais animados que conheço”, disse. “A energia de Brasília nos motiva a continuar”.
A Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro subiu ao palco, em frente à Torre de TV, para encerrar a programação do aniversário da cidade.
Por volta das 18h, os 90 músicos da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro (OSTNCS) entraram em cena para encerrar as comemorações do aniversário de Brasília. Para celebrar a data, foi executado o clássico Aquarela do Brasil. Logo depois, o secretário de Cultura e Economia Criativa subiu ao palco para participar da apresentação, declamando o poema sinfônico Brasília, Sinfonia da Alvorada, composto em 1959 por Tom Jobim, com letra de Vinícius de Moraes.
Regente da OSTNCS, o maestro Cláudio Cohen lembrou que, durante a construção de Brasília, Juscelino Kubitschek resolveu encomendar uma obra que apresentasse a nova capital para o Brasil e para o mundo. Foi assim que surgiu o convite para que Tom e Vinicius passassem alguns dias hospedados no Catetinho e conhecessem mais da cidade projetada em meio ao Cerrado. Assim surgiu a obra.
A sinfonia foi recuperada para ser apresentada na festa. “Durante meses, partituras foram reconstruídas, a partir de manuscritos originais decifrados e digitalizados para que, então, os ensaios começassem”, relatou o maestro. “Esse trabalho foi feito por muitas mãos. Contamos com o apoio do Coro Adventista de Brasília, do Coro Infinito e do Coro Supremo Encanto, que cantam a letra que exalta a cidade”.
O público se encantou com a remontagem da obra em homenagem à capital, além de clássicos da música brasileira, como obras eruditas de Carlos Gomes e populares de Ary Barroso e de Raul Seixas. Durante a apresentação, o maestro Cohen aproveitou para estimular a familiaridade da plateia com a música clássica: “Ela está presente em nosso cotidiano e é para todas e todos. Além de agradável, pode trazer uma reflexão de cidadania sempre”.
Renato Russo
A programação se concentrou na Torre de TV, mas contou com atividades espalhadas por vários equipamentos culturais públicos do DF, como o Espaço Cultural Renato Russo, a Biblioteca Nacional de Brasília, o Museu Nacional, o Centro de Dança e o Memorial dos Povos Indígenas. No Renato Russo, o público pode acompanhar, a partir das 19h, o Sarau Poético e o lançamento do documentário Poemas de Opinião, registro sobre o grupo teatral carioca Opinião, um dos mais importantes do país, cujo auge foi em meados dos anos 1960.
Quem passou pelo local ainda pode conferir, na Galeria Parangolé, a exposição Inventando Voos, com curadoria de Marília Panitz e Carlos Silva. Já na Galeria Ruben Valentim, o público se divertiu com a interatividade da exposição De Ver Cidade, Brasília Numa Caixa de Brincar. Criação do coletivo de artistas ENTREVAZIOS, o projeto consiste em uma série de 20 blocos interativos que remetem a uma maquete da cidade, recriando, de forma lúdica, as escalas do plano urbanístico da cidade-patrimônio Brasília.
Por Agência Brasília